Açúcar zero é um termo que aparece em rótulos, propagandas e até em conversas do dia a dia como sinônimo de algo saudável e inofensivo. Segundo Andrey de Oliveira Pontes, porém, essa percepção nem sempre corresponde à realidade nutricional dos produtos. Para fazer boas escolhas, não basta confiar nas frases de impacto das embalagens: é preciso compreender a diferença entre açúcar natural, açúcar adicionado e substitutos adoçantes.
Enquanto muitos consumidores reduzem o açúcar comum, acabam aumentando o consumo de alimentos ultraprocessados “zero” ou “diet”, acreditando que estão protegidos contra ganho de peso e doenças metabólicas. Veja tudo sobre esse tópico na leitura abaixo:
Açúcar zero e a realidade por trás dos rótulos
Quando se fala em açúcar zero, a primeira confusão está na própria rotulagem. Um produto pode ser “zero açúcar” e, ainda assim, conter carboidratos refinados que se transformam rapidamente em glicose no sangue. De acordo com Andrey de Oliveira Pontes, muitos consumidores acreditam que basta substituir o açúcar de mesa por versões “zero” para resolver todos os problemas, mas ignoram a presença de farinhas altamente processadas, amidos modificados e outros componentes que impactam a glicemia.

Além disso, as alegações “light”, “diet” e “zero” seguem regras específicas, mas não significam necessariamente que o produto seja equilibrado. Em alguns casos, retira-se o açúcar, mas acrescentam-se mais gorduras ou aditivos para manter a textura e o sabor, o que nem sempre é vantajoso para a saúde. Por isso, é essencial olhar a lista de ingredientes e não apenas a frase em destaque na frente da embalagem.
Açúcares naturais dos alimentos
Outro ponto importante é diferenciar o açúcar que vem naturalmente dos alimentos daquele que é adicionado industrialmente. Frutas, legumes e alguns laticínios contêm açúcares naturais associados a fibras, vitaminas e minerais, o que modifica totalmente o impacto no organismo. Conforme explica Andrey de Oliveira Pontes, comer uma fruta inteira, mesmo sendo doce, não se compara a beber um refrigerante, ainda que este seja rotulado como “zero” em açúcar.
Já os açúcares adicionados aparecem em biscoitos, sobremesas, molhos prontos, iogurtes adoçados e várias bebidas industrializadas. Nesses casos, a doçura é inserida para realçar o sabor e aumentar a aceitação, mas vem desacompanhada de benefícios nutricionais relevantes. A estratégia mais inteligente não é demonizar todo tipo de açúcar, e sim reduzir de forma consistente os açúcares adicionados, priorizando o consumo de alimentos em sua forma mais natural possível.
Substitutos adoçantes na prática
Os substitutos do açúcar, como adoçantes artificiais ou naturais, surgem como alternativa para quem precisa ou deseja reduzir calorias e controlar picos de glicemia. Entretanto, o uso indiscriminado também merece atenção. Alguns estudos indicam que o consumo exagerado de adoçantes pode alterar a percepção de doçura e dificultar a apreciação de alimentos menos intensamente doces. Como Andrey de Oliveira Pontes ressalta, isso pode levar a uma busca constante por sabores mais marcantes.
Na prática, adoçantes podem ter papel importante para pessoas com diabetes ou com indicação médica específica, desde que utilizados com moderação e sob orientação profissional. É essencial observar a quantidade diária recomendada, a presença de outros ingredientes no produto e os próprios sinais do corpo, como desconfortos gastrointestinais ou cefaleias. O verdadeiro ganho está em construir uma relação mais consciente com o doce, usando o açúcar zero e seus substitutos como apoio temporário.
Equilíbrio além dos rótulos do açúcar zero
Por fim, o mito do açúcar zero nasce da expectativa de que um rótulo resolva problemas que, na realidade, dependem de escolhas diárias e consistentes. Para Andrey de Oliveira Pontes, entender a diferença entre açúcares naturais, açúcares adicionados e substitutos adoçantes permite analisar os produtos de forma crítica, fugir de promessas simplistas e construir uma alimentação mais alinhada à saúde. Ao olhar para o conjunto da dieta, e não apenas para um ingrediente isolado, o consumidor se torna protagonista de suas decisões.
Autor: Sergei Asimov
